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Muito além do rótulo: zagueira francesa coleciona títulos e figura entre jogadoras mais bem pagas

Alvo de comentários sobre sua aparência durante a Copa do Mundo, Wendie Renard tem trajetória de luta que vai além das quatro linhas

Não foi a primeira vez. E, infelizmente, tampouco será a última. Depois da vitória da França sobre o Brasil na prorrogação das oitavas de final da Copa do Mundo, a zagueira Wendie Renard foi alvo de comentários debochados e racistas sobre seu cabelo - sobretudo nas redes sociais.

Renard engrossou a longa lista de mulheres reduzidas à aparência, mas a história da jogadora vai muito além do seu estilo e das quatro linhas do gramado. Antes de tudo, é preciso reconhecer o peso da trajetória da defensora de 28 anos. A francesa de 1,87m é atualmente a terceira jogadora mais bem paga do futebol mundial - à frente da brasileira Marta, eleita seis vezes melhor do mundo. Ela tem em casa uma pilha de títulos conquistados pelo Lyon - são 11 campeonatos franceses e quatro títulos da Liga dos Campeões.

Renard é considerada uma das melhores no mundo no que faz e nunca se importou em se adaptar aos padrões vigentes na sociedade. Dois dias após sua equipe eliminar o Brasil no Mundial, Wendie postou um texto em francês, inglês e também em português. Atacada por muitos brasileiros durante e depois do jogo de domingo, ela enviou seu recado.

Wendie Renard comemoração França Copa do Mundo — Foto: REUTERS/Christian Hartmann
- Confie em você mesmo. seja você mesmo. Aos 7 anos, quando comecei a jogar futebol, se me dissessem que um dia jogaria uma Copa do Mundo no meu país, em estádios cheios e diante de milhões de telespectadores, eu nunca teria acreditado. Gostaria de dizer a cada criança que você deve sonhar, lutar, acreditar em você mesmo e sobretudo nunca desistir. Obrigada por estes momentos mágico - postou, em sua conta pessoal.

Renard nasceu na Martinica, território ultramarino francês que fica no Caribe. Sua vida começou a mudar quando perdeu o pai, aos oito anos, vítima de um câncer. De acordo com a atleta, a dor a fortaleceu mentalmente. E impulsionou sua carreira como atleta.

Sua paixão e seu talento pelo futebol foram descobertos logo cedo. Na Martinica, jogava com meninos até que, aos 15 anos, atravessou o oceano até a França para realizar um teste no centro de treinamento de Clairefontaine, base das seleções do país. Não passou.

Naquele momento, a força mental adquirida desde cedo fez a diferença. A porta fechada não foi determinante. Voltou a tentar pouco depois um teste, desta vez no Olympique de Lyon: passou, e o clube se tornou sua casa desde a adolescência - tinha 16 anos - até hoje.

Virou referência no futebol mundial e por muito tempo foi capitã da equipe francesa - na Copa, a braçadeira ficou com Amandine Henry. Defensivamente forte, também é reconhecida pelos gols - é a cobradora de pênaltis da equipe - e pelo perigo que leva até a área adversária. Neste Mundial, marcou três vezes. E, nesta sexta-feira, terá o jogo mais importante de sua trajetória - as quartas de final diante dos Estados Unidos, em Paris.

- Tenho certeza de que ela está mentalmente forte como de costume - disse a técnica francesa, Corinne Diacre, ao falar de sua zagueira.

O duelo entre França e Estados Unidos será disputado nesta sexta-feira, às 16h (de Brasília). O SporTV 2 transmite ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha em tempo real.

Fonte: Globo Esporte

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