Mesmo com futebol escasso, Stade de France escapou de ser 'elefante branco'
Mesmo com futebol escasso, Stade de France escapou de ser 'elefante branco'
A França inicia nesta segunda-feira uma série de três amistosos pelo país para se despedir dos torcedores antes do início da Copa do Mundo da Rússia. O primeiro jogo será contra a República da Irlanda, às 16h (de Brasília), no Stade de France, em Paris.
O palco para esse primeiro jogo não poderia ser mais simbólico para os jogadores ouvirem a Marseillaise.
Casa da seleção francesa desde 1998, o Stade de France celebrou 20 anos nesta temporada e é um caso bem sucedido de arena de Copa que não virou “elefante branco”, situação comum a muitos estádios na África do Sul após 2010 e no Brasil pós-2014.
E o Stade de France tinha tudo para ser mesmo um problema para a cidade. Foi construído em uma área mais urbana, em Saint-Denis, ao norte de Paris, em um antigo depósito de combustível, em um momento que os acessos viários não estavam à altura de um espaço para 80 mil pessoas.
Como há metrô próximo e também uma estação de trem, a distância foi minimizada rapidamente. E a maior aposta dos organizadores para tornar o estádio um sucesso rápido era o local virar casa do Paris Saint-Germain, mas essa ideia foi por água abaixo ainda durante a construção, entre 1995 e 1997.
O hoje time do craque Neymar anunciou que não abandonaria o Parc des Princes. Não tratava-se meramente de identificação. O local fica a 20 quilômetros da cidade de Saint-Germain-en-Laye, onde o PSG treina até hoje. A logística é melhor.
Criar um novo time em Paris para repassar o Stade de France até foi especulado, mas a sugestão foi rapidamente descartada, mesmo que tivesse apoio oficial do governo francês. A saída foi definir rapidamente um plano seguro de voo para o estádio..
Foto: Stade de France é casa da seleção francesa Xavier Laine/Getty Images
O primeiro é mais óbvio é que o local passaria a ser a casa principal da seleção francesa. Isso asseguraria de quatro a seis jogos por ano. O outro foi definir que a decisão das principais copas nacionais ocorreriam no local, como é hoje com a Copa Francesa (desde 1998) e a Copa da Liga Francesa (desde 1998, exceto as duas últimas temporadas).
Mas a meta inicial previa a necessidade de pelo menos 15 eventos por temporada para as contas fecharem, com o estádio se pagando, e haver lucro.
A realização da Copa do Mundo de 1998 --foi palco da abertura e da final, além de mais oito jogos do torneio--, da Copa das Confederações de 2003 (6 jogos) e da última edição da Eurocopa (7 jogos). Como está ranqueado na UEFA com cinco estrelas (nota máxima), já recebeu duas finais de Champions League (1999/00 e 2005/06).
Mas outras saídas foram encontradas, como a realização de partidas de vôlei de praia, provas de automobilismo, prática de windsurf e até corridas de cavalos. Elas fazem ou já fizeram parte do repertório do Stade de France ao longo desses 20 anos.
Contudo, o alicerce forte são os shows (média de 20 por ano), provas de atletismo (hospedou o Mundial de 2003) e partidas da seleção francesa de rúgbi (foi palco do Mundial de 2007, recebendo sete jogos, além de ter amistosos). A identificação dessa última com o local é até maior do que a equipe de futebol, o que não é um demérito.
O rúgbi assegura ao Stade de France uma temporada cheia de da seleção e também do campeonato nacional. E a média de público é próxima a 80 mil pessoas. Mas a equipe nacional de rúgbi tem contrato em discussão sobre a renovação.. Já a seleção francesa tem acordo firmado até 2025.
Fonte: ESPN
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